terça-feira, 21 de outubro de 2014

Júlia e a tecnologia

Não tenho nada contra tecnologias, gosto muito da dinâmica que as mídias digitais trouxeram para as nossas vidas, mas não abro mão de comprar livros. Amo tocá-los, cheirá-los, admirá-los arrumadinhos na estante, ler e reler quantas vezes eu quiser. Acredito que os e-books são práticos, mas não gosto desse discurso de que eles chegaram para substituir os livros físicos. Então, para os que insistem em me questionar sobre meu apego aos livros, Júlia tem a resposta.


sábado, 11 de outubro de 2014

Respostas que eu gostaria de dar

Quando que digo que sou professora, muitas vezes sou surpreendida com algumas perguntinhas desagradáveis, como:
- Mas você trabalha ou só dá aula mesmo?
- Nunca pensou em mudar de área?
- Como assim? Quer dizer que você dá aulas?
E a pior de todas:
- Mas você é tão inteligente, por que escolheu ser professora?
Para cada uma delas tenho respostas imaginárias que nunca dei, por causa de educação, bom senso (que quem faz esse tipo de pergunta não tem!) e até mesmo pura preguiça de responder algo assim. Mas como a Júlia é mais corajosa que eu, ela responde na lata! Esse foi o primeiro desenho que fiz dela, nem nome a personagem tinha ainda. Mas coragem, isso ela já tinha sobrando!



quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Conheçam Júlia Incomodada

Saudações, navegantes!
Gostaria que vocês conhecessem a personagem "Júlia Incomodada". Ela já habita há um certo tempo meus cadernos de anotações, sempre no cantinho, como um rápido rabisco feito em momentos de distração, ou em uma página completa, quando o tempo me permite dedicar um pouco mais de atenção a ela.




Depois desse tempinho de anonimato, resolvi compartilhá-la com vocês. Júlia é uma professora com senso crítico apurado e sem um pingo de paciência tanto para os entraves que aparecem no meio do caminho de qualquer profissional, quanto para comentários vazios e discursos batidos.

Vocês devem perguntar: criadora e criatura se misturam? E eu respondo: lógico! Mas admito que ela tem muito mais coragem de falar tudo o que pensa do que eu.
Hoje, deixo vocês apenas com algumas caras e bocas de Júlia, mas dentro em breve vocês conhecerão seus pensamentos.


 


sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Restarting TUDO

Depois de anos-luz sem escrever nada, resolvi retomar minhas atividades no blog. Agora, de vez! Durante esse (longo!) tempo afastada andei fazendo muitas coisas: uma visitinha à Buenos Aires em 2012, para participar do Viñetas Serias - Congresso Internacional de Historietas; ainda em 2012 ministrei minicurso em Cajazeiras sobre práticas para o ensino de História; em 2013 participei do Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos, em São Paulo; além disso, continuei nesse tempo aplicando experiências com quadrinhos tanto nas aulas para o ensino fundamental quanto nas pesquisas acadêmicas.

Último dia de trabalhos na oficina
Minha mais recente aventura aconteceu no XVI Encontro Estadual de História, que ocorreu na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), na vizinha (e fria!) Campina Grande. No evento ministrei a oficina "A História entre quadros: as histórias em quadrinhos e suas potencialidades para o ensino de História", e, juntamente com a Profª Regina Behar, coordenei o simpósio temático "Veredas historiográficas: novas linguagens para a pesquisa e ensino de História", no qual apresentei o trabalho "Rê Bordosa e as dimensões do feminino nos quadrinhos udigrudi".

O que posso dizer do evento? Foi uma experiência muito rica e gratificante, é ótimo observar o número de pessoas que se dedicam à pesquisa sobre histórias em quadrinhos aumentar. Essas narrativas visuais são documentos sim, e se configuram como ricos materiais tanto para o ensino quanto para pesquisa.
Trabalho da aluna Juliana Almeida

A oficina em especial foi maravilhosa, compartilhar minhas experiências com quadrinhos e tentar acender, ao longo de três dias, a centelha do que virá a ser uma chama futura foi meu maior objetivo. Tive uma grata surpresa no último dia de trabalho, um quadrinho feito por uma das alunas da oficina, Juliana Almeida. Um duplo presente, pois, além de me ofertá-lo, a própria produção já demonstra que consegui cumprir meu objetivo. Espere que todos multipliquem os conhecimentos que compartilhamos ao longo desses três dias, e que em 2016, no XVII Encontro Estadual de História, eu possa ver os frutos que plantamos nesses frios últimos dias do mês de agosto.


MUITO OBRIGADA, TRABALHAR COM VOCÊS FOI ÓTIMO. 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Tempo, tempo, tempo, tempo...

Quando vi o mangá Sunadokei - O Relógio de Areia pela primeira vez pensei: mais um shoujo, deve ser divertido. Como leitora antiga desse estilo de quadrinhos, um dos primeiros a entrar na minha coleção, comprei o primeiro número em nome dos velhos tempos, como uma distração, sem intenção de levar muito a sério a leitura. Desde a primeira página a história me prendeu de uma forma que eu não esperava, e do mero entretenimento que estava buscando comecei a traçar reflexões sobre a história e sobre minha própria vida.

O mangá de Hinako Ashihara conta a história de Ann Wekusa, uma adolescente que, após o divórcio dos pais, se muda com a mãe para a aldeia natal da mesma.  Após um processo um tanto quanto complicado de adaptação a garota, que antes vivia em Tóquio, passa a gostar do local e estabelece uma amizade com  o garoto Daigo Kitamura e com o casal de irmãos Fuji e Shiika Tsukishima.

A história não segue um ritmo linear e os fatos dão verdadeiros saltos, sempre emoldurados pelas estações do ano que marcam os sentimentos e sensações dos personagens, como por exemplo, a paixão que explode num verão, com todo seu calor e força, ou a separação em um inverno frio, triste, contemplativo. Ouso dizer que Sunadokei, muito mais do que a história de Ann e seus amigos, é uma história sobre o tempo e o que ele faz com as pessoas (ou elas com ele!). O tom nostálgico e as idas e vindas da história chamaram a minha atenção para os meandros da memória, o que nela guardamos e, talvez até mais importante, como o fazemos. 

O relógio da areia do título é uma constante na história, colocando mais uma vez em evidência o personagem mestre da história: o tempo. Tomando emprestada uma frase da canção de Caetano Veloso, ele é o "compositor de destinos", e no caso dos quarteto de amigos ele opera com a maior maestria diversos tons e ritmos, levando os personagens a reflexões e mudanças profundas em suas vidas, tal qual na nossa própria vida. A areia sempre escoando, representando o passado que não volta, o presente que está em movimento e o porvir desconhecido, além da triste consciência de que a areia chegará ao fim.

 Leitura mais que recomendada!

AVISO AOS NAVEGANTES:

MANGÁ: palavra utilizada para designar as histórias em quadrinhos feitas no estilo japonês.

SHOUJO: é o termo usado para se referir a mangás para garotas, apesar de poder interessar também a qualquer gênero ou faixa etária.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Narrativas visuais: exposição sobre quadrinhos em um evento de historiadores

Entre os dias 24 e 28 de outubro participei do II Congresso Nacional do Cangaço e III Semana Regional de História, eventos realizados em conjunto na UFCG, no campus da cidade mais quente em que já estive até hoje: Cajazeiras.
Atuei no evento como ministrante do minicurso "Narrativas visuais: o uso das histórias em quadrinhos no ensino de história", e foi uma experiência extremamente gratificante e enriquecedora. 

Há muito tempo venho trabalhando com o uso das histórias em quadrinhos na sala de aula e também como material para pesquisa acadêmica, e compartilhar os conhecimentos adquiridos nestes dois espaços foi algo muito positivo, mas também uma tarefa de extrema responsabilidade. O maior "impacto" que tive foi verificar a lista de inscritos, no dia em que cheguei à cidade a turma já estava fechada, 30 alunos, e com perspectiva de mais inscrições, foi uma satisfação grande e um sentimento de responsabilidade de igual tamanho.

A oportunidade de expor uma nova perspectiva de análise das histórias em quadrinhos, apresentá-las como um rico material tanto para a pesquisa acadêmica quanto para a prática em sala de aula e compartilhar os resultados de experiências que realizei anteriormente foram momentos muito importantes deste processo. Porém, o que mais me agradou foi a receptividade dos alunos às minhas propostas, algo fundamental para o sucesso de um trabalho assim.

Os contatos que estabeleci e retorno dos alunos nos dias seguintes ao minicurso, seja por e-mail ou comentários aqui mesmo, foram o que me deixou mais satisfeita, pois através disso me dei conta de que o meu propósito ao cruzar a Paraíba em uma cansativa viagem  com oito hora de duração para ir falar sobre quadrinhos foi cumprido, que era acender a centelha da curiosidade para esta nova linguagem. Agora, espero que o futuro me apresente os frutos deste trabalho, sob a forma de novos companheiros na pesquisa sobre histórias em quadrinhos e que ainda possamos trocar muitas figurinhas pelos eventos acadêmicos da vida.


domingo, 9 de outubro de 2011

Reiniciando

Depois de um bom tempo sem escrever eis-me aqui novamente! Finalmente defendi, uma pesquisa desenvolvida ao longo de dois anos e meio chegou ao fim. 
Escutando a leitura da ata
A defesa da minha dissertação, intitulada "Angeli e a República dos Bananas: representações cômicas da política brasileira na revista Chiclete com Banana (1985-1990)", ocorreu na manhã do dia 24 de agosto. Apesar da ansiedade característica de um evento assim, tudo se passou de forma muito tranquila e satisfatória. Pude perceber que os membros da banca gostaram da minha escrita, do tema, dos resultados da pesquisa, enfim, ficaram satisfeitos com o trabalho. 
Assim como me disseram muitos amigos que já haviam passado pela mesma experiência, a defesa é um momento muito bom. Da parte da banca vieram comentários significativos, que me acompanharão por toda a minha vida acadêmica.

A tradicional foto com a banca avaliadora. Da esquerda para a direita: Iranilson Buriti de Oliveira (examinador externo), Regina Maria Rodrigues Behar (orientadora) e Henrique Magalhães (examinador interno)

Porém , apesar de ter passado muito tempo esperando por esse momento conclusivo, após alguns dias de descanso vem uma sensação de vazio, um certo sentimendo de "viuvez" como definiu minha querida professora Regina Célia. Sentindo que já era hora de reiniciar, tal qual pus no título, lanço-me a novos desafios, e entre eles está este blog. Ainda existe muito a ser comentado sobre quadrinhos, e aguardem mais textos e com mais frequência, prometo!
A prova do crime: minha dissertação
Apoveito para agradecer à minha orientadora, a Profa. Regina Maria Rodrigues Behar, que sempre acreditou na viabilidade da minha pesquisa e me deu algo fundamental para um bom desempenho em um trabalho acadêmico: liberdade. Agradeço também ao Prof. Henrique Magalhães, que gentilmente permitiu o acesso e digitalização das fontes, e ao Prof. Iranilson Buriti de Oliveira, pelas excelentes contribuições no momento da defesa. Não posso esquecer de agradecer também a todos os professores do PPGH/UFPB, que direta ou indiretamente contribuíram com a minha pesquisa.
Por enquanto, compartilho com vocês as fotos desse dia tão maravilhoso na minha vida, mais um ciclo que concluí e a abertura de muitas outras portas pelas quais desejo passar. Agradeço aos que torceram por mim e acompanharam meu percurso, e aproveito para convidá-los para minha mais nova jornada no mundo dos quadrinhos e da pesquisa acadêmica.